segunda-feira, 10 de agosto de 2009

SER E APARÊNCIA - 1

Eu sou o que sou.

Como dizia Popeye: "Sou o que sou e isso é tudo o que sou".

Eu não sou MENOS do que sou; posso já ter sido, mas nunca mais serei.

Eu também não sou MAIS do que sou agora; nunca fui, mas posso vir a ser, amanhã.

No entanto, se eu tentar, agora, ser MAIS do que realmente sou, então serei MENOS.

Se eu quiser, agora mesmo, ser MAIS do que ainda sou, de certa forma serei MENOS.

Se eu pretender, agora, ser MAIS do que sou, serei MENOS.

Se eu fingir, agora, ser MAIS do que sou, então, na prática, serei MENOS.

Pretender ser MAIS, resulta sempre em ser MENOS.

Se você pretende agora ser MAIS do que já é, então será MENOS.

E se você, por alguma razão, acredita ser MENOS do que realmente é, também será MENOS.

Querer ser, de pronto, mais do que se é, SEM CRESCER PRIMEIRO, resulta em ser MENOS do que se quer ser.

Pretender ser MAIS resulta em ser MENOS do que se pretende.

Acreditar ser MAIS do que se é, resulta em se sentir sendo MENOS do que se acredita ser.

Você não tem, do MAIS, senão a ilusão. Mas tem toda a sensação do MENOS, todo o sentimento, a dor, a frustração e a humilhação do ser MENOS que você mesmo inventou, ou daquilo em que preferiu acreditar.

Aliás, na realidade, ninguém é MAIS nem MENOS do que aquilo que é em essência.

É impossível.

Ninguém é melhor ou pior do que ninguém.

Cada pessoa, em seu espírito, é absolutamente única.

Cada espírito é infinito e, portanto, infinitamente diferente de todos os outros espíritos.

Cada pessoa, em sua essência, em seu espírito, é única e incomparável.

Se eu for comprar um queijo, chego ao mercado e descubro que existem diversos tipos e procedências do produto, com preços, cores, sabores, texturas e perfumes bem variados. Posso me ater a queijos do mesmo tipo, e ainda assim terei marcas, preços e sabores diferentes. Posso então compará-los, em função daquilo de que preciso no momento e com base no meu gosto pessoal. Ou em função do preço, ou até da forma de apresentação do produto e sua praticidade.

Posso comparar para comprar.

Porque quem compara, compra.

Posso comparar diferentes carros antes de comprar um. Posso comparar vinhos, roupas, livros...

Um simples queijo tem diversas qualidades e classificações. Mesmo queijos do mesmo tipo e da mesma marca variam de lote para lote, devido a fatores diversos, como o clima, por exemplo. Há milhares de tipos de queijo no mundo, e ainda existe a questão do gosto, que varia de pessoa para pessoa. Como então compará-los? Como eu posso afirmar que o queijo A é melhor que o queijo B? Na verdade, o mercado de consumo faz sua própria seleção, e a lei da oferta e procura vai determinar diferentes preços que estariam, teoricamente, relacionados a diferentes qualidades. Na teoria, porque, na prática, eu posso gostar muito mais de um queijo mineiro fresco, aquele bem baratinho, do que de um Ementhal suíço, que é bem mais caro. Cada um tem sua função na culinária.

Cada um tem seu lugar...

Têm preços diferentes, mas têm o mesmo valor, porque ambos são alimentos úteis e saudáveis, gostosos e muito apreciados. O valor existencial de cada um deles é absoluto, por isso continuam a ser produzidos. E vão sendo melhorados com o tempo. O valor existencial - o direito de existir - é o mesmo.

Se isso é válido para meros queijos que, embora diversos, são limitados, que dirá para o ser humano, que constatamos ser infinito quando olhamos pra dentro dele, pelo viés do espírito? Espírito que tem milhões de anos prá trás e milhões de anos prá frente. Espírito que tem infinitas histórias e experiências vividas e infinitos potenciais e possibilidades para serem ainda vividos.

Não: não se compara um ser humano, pela mesma razão pela qual não se pode comprar um ser humano.

Não posso comparar pessoas, porque eu não posso comprar pessoas. Embora muita gente faça isso, de várias maneiras, porque se podem comprar pessoas com dinheiro ou com elogios, com presentes ou até com a melação a que as pessoas chamam de "amor"... mas eu, que tenho consciência, não me permito fazê-lo.

CONTINUA: AGUARDE A PARTE 2 -

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